Rembrandt torna-se modelo ·nico de sua pr≤pria obra em noventa ocasi⌡es, incluindo desenhos, quadros e gravuras. A isso haveria que juntar as vezes em que ele se representa dentro de suas obras bφblicas. O seu primeiro auto-retrato aparece em 1620. └queles anos de juventude corresponde este quadro, datado de 1629.
A atitude um pouco desafiadora que o personagem adota Θ boa mostra de um carßter inquieto e ambicioso. Esta composiτπo nπo inclui nenhum elemento acess≤rio que distraia a atenτπo visual que o pr≤prio autor se concede. Da escuridπo geral emergem certos aspectos de sua indumentßria. No pescoτo, pode-se apreciar o brilho metßlico de uma armadura. O artista gostava de colecionar este tipo de objetos. Sobre este detalhe da armadura, aparece uma pequena gorjeira. A imagem que ele nos oferece Θ a de um jovem orgulhoso e arrogante. De seu olhar transcende seguranτa e firmeza. Esta tela conecta com o espectador, tornando o resultado final mais expressivo e imediato.
AN┴LISE T╔CNICA E ESTIL═STICA
Para realizar esta composiτπo, Rembrandt lanτou mπo da ajuda de um espelho. O personagem olha diretamente para fora do quadro, ampliando de forma fictφcia sua dimensπo. O fundo Θ escuro e estß vazio. Sua neutralidade tem por objetivo ressaltar a imagem arrogante do jovem pintor. A posiτπo do rosto de frente contrasta com a colocaτπo do corpo, de lado. O artista preferiu romper a rigidez que uma imagem de perfil poderia sugerir, o que dota a representaτπo de uma maior naturalidade dentro da seriedade do rapaz.
A iluminaτπo procede de uma fonte exterior. Incide de forma exclusiva sobre a metade do rosto, deixando em penumbra o resto de seus traτos. O artista joga com o claro-escuro para definir sua fisionomia.
Os dourados e rosas de sua pele contrastam com a brancura da gorjeira. O cromatismo parece um pouco frio, animando-se com certos detalhes como o brilho fugaz da couraτa.
INTERPRETA╟├O
A realidade em suas diferentes manifestaτ⌡es foi a constante fundamental na estΘtica do holandΩs. Dentro dessa realidade, a figura humana adquire especial protagonismo. A isso se soma uma profunda vida interior, centrada no pr≤prio conhecimento. Todas estas notas conduzem α profusπo com que Rembrandt cultivou o auto-retrato. Esta experiΩncia pict≤rica se prolongaria atΘ seu falecimento. Seu ingente volume constitui um documento plßstico de inestimßvel valor na hora de tentar conhecer a personalidade do homem.
As imagens mais precoces estπo dotadas de uma insolΩncia juvenil. O artista se pinta orgulhoso de si mesmo, como tambΘm o farπo, sΘculos mais tarde, seus colegas do Romantismo. Ele emprega, de forma deliberada, os contrastes violentos de sombra e luz. Com eles, define seus traτos e dota a representaτπo de um grande efeito. A palheta se reduz bastante dentro da escuridπo geral, preferindo as cores frias. Bem diferente disso Θ o cromatismo de suas imagens de maturidade. Com o passar do tempo, seus auto-retratos tendem a um colorido cßlido. A pincelada se torna mais livre e empastada. Seu estado de Γnimo serß tambΘm diferente.
